A Movimentação Turística no Porto de Salvador
A Movimentação Turística no Porto de Salvador
Melhorias, Reformas, Receptivos e Espaço para o Turismo.
PRIMEIRA PARTE TRABALHO DE TID – CONTEXTO HISTÓRICO
1. Introdução
Pensar em belezas naturais, cultura, gente e festa, é sentir a Bahia e tudo de bom que essa terra pode oferecer. A porta de entrada que dá acesso a todas essas maravilhas é a cidade de Salvador, a primeira capital do Brasil que, desde sua fundação, nos idos de 1500, tem a linda Baía de Todos os Santos a emoldurando na parte leste, por onde recebe e acolhe muito dos visitantes que aqui aportam.
Salvador é abençoada por todos os santos: “os sagrados e os profanos”. É escolhida pelos seus visitantes por possuir um clima agradável, belas paisagens naturais e arquitetônicas, e uma costa marítima imensa que propicia a cabotagem. Assim, logo após a sua fundação, o Brasil ganha um porto, que dará visão à nova cidade e viabiliza o crescimento e desenvolvimento da província.
Na capital da Bahia, o turismo achou um porto seguro e calmo por longas décadas. Infelizmente hoje, as condições estruturais e físicas desse porto não oferecem condições ideais ao turismo marítimo, já que este além de disputar espaço com os grandes cargueiros na faixa do ancoradouro, ainda sofre com problemas no calado (profundidade) que impossibilita a atracação de navios de passageiros mais modernos.
O crescimento da Cidade ao longo dos anos destinou-se as outras áreas menos exploradas e mais atrativas economicamente, deixando de lado o centro velho da cidade e o antigo bairro do Comércio onde está localizado o Porto de Salvador. Este local era o coração comercial da metrópole e da Bahia. Varias construções e modificações geográficas foram realizadas nesta região entre o século XVIII e início do século XX, visando ampliar as atividades marítimas e terrestres em torno da Baía de Todos os Santos.
Atualmente o principal Porto da Bahia, passa por um processo de estagnação nos setores de carga e turismo. Enquanto outros portos se modernizaram, o Porto de Salvador não conseguiu acompanhar o crescimento tecnológico e econômico do Brasil. Isso gerou, e continua gerando perdas na geração de novo empregos, desvios no translado das exportações, menos investimentos em infra-estrutura portuária e do seu entorno. Tudo isso afeta diretamente o turismo marítimo.
É dentro desse cenário que o Porto encontra-se, é premente a ampliação e modernização da área portuária e do receptivo turístico. O Porto de Salvador é o mais propício para a cabotagem devido a sua privilegiada localização, e por estar dentro da cidade mais receptiva e alegre do Brasil. Cabe agora, sua revitalização e integração com a comunidade. Acácio, Aryadilla, Cristiane, Fabrício, Renato, Vivaldina.(2010)
2. Contexto Histórico do turismo
O turismo tem a sua origem histórica na Grécia, onde Heródoto, conhecido como pai da história, foi talvez um dos primeiros viajantes da Terra. Como ele, muitos gregos se deslocavam motivados pela religiosidade, visitando santuários ou participando de competições esportivas, tais como os jogos olímpicos. Masina (2002, p.13).
Na História da Grécia Antiga, dava-se grande importância ao tempo livre, os quais eram dedicados à cultura, diversão, religião e desporto. Os deslocamentos mais destacados eram os que se realizavam com a finalidade de assistir as olimpíadas (que ocorriam a cada quatro anos na cidade de Olímpia). Para lá se deslocavam milhares de pessoas, misturando religião e desporto. Também existiam peregrinações religiosas, como as que se dirigiam aos Oráculos de Delfos e ao de Dódona.
Com a Revolução Industrial se consolida a burguesia que volta a dispor de recursos econômicos e tempo livre para viajar. O invento do maquinário a vapor promove uma revolução nos transportes, que possibilita substituir a tração animal pelo trem a vapor tendo as linhas férreas que percorrem com rapidez as grandes distâncias cobrindo grande parte do território europeu e norte-americano.
Em 1840, Thomas Cook, considerado o pai do Turismo Moderno, promove a primeira viagem organizada da história. Mesmo tendo sido um fracasso comercial é considera como um marco de sucesso em relação a organização do primeiro pacote turístico, pois se constatou a enorme possibilidade econômicas que, este negócio, poderia chegar a ter como atividade, criando assim em 1851, a Agência de Viagens “Thomas Cook and son”.
O início do século XX foi marcado pela Primeira Grande Guerra, que veio pausar o turismo em todo o mundo. Embora o desenvolvimento das ciências e das idéias democráticas tivesse dado ao século XX uma posição de destaque na história do turismo, do desenvolvimento social e cultural da humanidade, as competições de ordem econômica, apoiadas em um nacionalismo belicoso, conduziram o mundo à Primeira Guerra Mundial. Boyer (2001) apud Badaró (2003:37).
Contudo, com a Segunda Guerra Mundial, essa situação se amenizou com a introdução do avião como novo meio de transporte e a criação da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), passando o direito aéreo a ser regulamentado. O transporte aéreo desponta como a preferência dos turistas dados a sua capacidade de agilidade de locomoção (Júnior, 2001:12).
Na segunda metade do século XX, a atividade turística expandiu-se pelo mundo inteiro. O número de agências de viagens aumentou consideravelmente em conseqüência do crescimento das companhias aéreas, que, incapazes de estabelecerem suas próprias filiais preferiram abrir o mercado ao varejo.
2.1 História do Turismo no Brasil
Não há ao certo registros do início do turismo no Brasil, pois só a partir da II Guerra Mundial, que começa de fato o turismo mundial movido apenas pelo ócio, por trabalho ou negócios. É também nesse período que começam os primeiros registros de um turismo organizado e dirigido.
Com relação às primeiras incursões turísticas no Brasil, podemos pontificar: a visita da primeira Caravela Lusitana em meados de 1498. Esta, por sua vez, intensificou o marketing exaltado por Pero Vaz de Caminha em sua carta ao El Rei Dom Manuel. As qualidades desta terra foram enaltecidas a tal ponto que, daí, Portugal intensificou as viagens às terras sul equatorial d’além mar.
2.2 História do Turismo em Salvador
: A história da cidade começa antes mesmo do descobrimento do Brasil, quando a terra ainda era habitada por índios tupinambás – que chamavam o local que anos à frente seria Salvador, de Kirymuré Paraguaçu.
Baia de Todos os Santos em 1500.
[No começo do mundo, uma ave de plumas brancas iniciou, partindo do centro do universo, uma jornada em busca de um paraíso para pousar. Depois de dias e noites voando, escolheu o litoral de uma terra imensa, onde caiu morta de cansaço. Suas asas transformaram-se em praias e, no lugar onde seu coração tocou o solo, abriu-se uma enorme depressão, invadida pelas águas. De seu sangue, formaram-se as 56 ilhas da maior e mais bela reentrância do país, a Baía de Todos os Santos, ou Kirymuré Paraguaçu, segundo os primeiros habitantes da ilha de Itaparica, os índios tupinambás].
Após a chegada dos portugueses ao Sul da Bahia em 22 de abril de 1500, dados históricos que relatam a chegada de outro europeu na Baía de Todos os Santos: o navegador florentino Américo Vespúcio que veio em uma expedição por volta de 1° de novembro de 1501. A costa da Baia de Todos os Santos continuou sendo visitada por diversas embarcações que iam para a Índia. Aqui os viajantes limpavam, vistoriavam e abasteciam os navios de mantimentos frescos.
O advento da industrialização do país e da Bahia impulsionaram o crescimento populacional e econômico. A instalação da Refinaria Landulfo Alves e do Centro Industrial de Aratu, na década de 1960, e a criação do Pólo Petroquímico, na década de 1970, foram os principais fatos que levaram à urbanização da cidade de Salvador e do setor terciário, entre eles o turismo. Hoje Salvador é considerada um dos principais destinos do Brasil, sendo o turismo uma das principais atividades da sua economia. (Rota Tropical.tur.br)
3. Criação do Porto e seu turismo
Durante o período colonial, o Porto de Salvador era freqüentemente denominado "Porto do Brasil", como se não existisse outro ancoradouro em toda a Colônia. A referência traduzia o significado histórico e econômico do porto na vida nacional durante a "Era Mercantilista".
Desde meados do século XVI, o ancoradouro funcionou como porto importador de mercadorias procedentes de Portugal e da África e como exportador de produtos tropicais para o Reino. Os produtos exportados pela Bahia, entre os séculos XVI e XVII, para Portugal e as possessões ultramarinas, já era bastante diversificada. Artigos como o açúcar, o pau-brasil, o algodão, o fumo, o couro e a aguardente para lá se destinavam a partir do Porto de Salvador. Mesmo com a transferência da capital da Colônia para o Rio de Janeiro, em 1763, motivada, sobretudo, pela crescente exploração de ouro em Minas Gerais, a importância do Porto de Salvador, não decresceu. A entrada média anual, na segunda metade do século XVIII, foi de pelo menos 90 a 100 navios.
Apesar disso, o Porto permaneceu com instalações rudimentares, aproveitando as condições naturais de atracação, por quase 400 anos. Só veio a se tornar um porto organizado a partir do início deste século, depois de longo período de reivindicações destinadas ao melhoramento de suas condições físicas.
O Porto de Salvador foi fundado em 1816 sendo que apenas em 1891 a então denominada Companhia Docas e Melhoramentos da Bahia assumiu sua administração, sendo a partir de então responsável por sua operação e obras de melhoria e ampliação. O ano de 1906 assinala o início efetivo das obras de modernização, pouco depois do Banco Etienne Muller e Cia, originário da França, terem aprovado um empréstimo de 75 milhões de francos à Companhia Cessionária do Porto da Bahia. No orçamento aprovado para o projeto das obras, através de decreto federal, incluíram-se as despesas para a construção dos edifícios dos Correios e o do Mercado Modelo, entre outras edificações que hoje marcam indelevelmente a fisionomia do bairro do Comércio.
Antigo Cais da Alfândega do lado da Marinha em 1913.
Enquanto uma grande parte dos comerciantes ao tempo da construção do Porto de Salvador era a favor da obra, os donos dos trapiches eram absolutamente contra. Viam os seus interesses contrariados. O episódio ficou conhecido como “A grande questão das Docas”. De um lado os comerciantes que queriam a modernização do porto e do outro, os donos dos trapiches. No que se refere ao governo, tanto o Estadual quanto o Federal, inclinavam-se fortemente pela sua construção.
Em razão dessa guerra de interesses, o projeto de modernização do Porto de Salvador levou anos para se concretizar. Em 1891 foi implantado no Cais das Amarras o marco da inauguração dos trabalhos, contudo somente em 18 de janeiro de 1911, eles tiveram início. Registre-se, entretanto, que a idéia do Porto já vinha sendo delineada desde 1854. Logo, foram 57 anos de discussão. Prevaleceu a força maior e em 13 de maio de 1913, o governador José Joaquim Seabra, em grande solenidade, deu por inaugurado o Porto de Salvador.
As mercadorias que chegavam de todas as partes do mundo seriam “alfandegadas”, isto é, seriam cobradas taxas aduaneiras. E sabem quanto eram essas taxas? 40%. Altíssima! Para quem não pagava nada e de repente pagar 40% sobre qualquer produto importado, era demasiado. Em conseqüência desse percentual, os trapiches fecharam. Ao todos eram 429 armazéns. Poderia ter sido feita uma implantação alfandegária gradual, permitindo que os trapicheiros fossem se adaptando. Certamente, não aconteceria o desastre que ocorreu. Em conseqüência do fechamento de todos os trapiches, os saveiros da Bahia que faziam o transbordo das mercadorias dos navios para terra, recolheram-se às suas praias, Não foram totalmente desativados porque em 1912, quando da inauguração do antigo Mercado Modelo, esses mesmos saveiros, verdade que em menor número, passaram a abastecer os comerciantes do local. Traziam mercadorias do Recôncavo e das Ilhas da Baia de Todos os Santos, sem taxas aduaneiras.
Docas Porto de salvador em 1912
Ao final de 1914, o Porto já dispunha de novos trechos de cais implantados e sete armazéns concluídos, com seis em plena operação. Entre os equipamentos, destacavam-se oito guindastes móveis sobre trilhos e três linhas férreas. Abria-se também uma avenida de 20 metros de largura ao longo dos armazéns, numa extensão de 1000 metros, a conhecida Avenida da França. À época, o movimento anual do porto era da ordem de 400 mil toneladas.
Ao completar 50 anos de operações, em 1963, foi inaugurada a Estação Marítima Visconde de Cairu, sede da empresa, projetada pelo arquiteto Diógenes Rebouças. O prédio, localizado na Avenida da França, abrigava também o terminal de passageiros. Em 1968, o porto conclui importantes obras, com destaque para o quebra-mar norte, complementando os enroscamentos e aterros de Águas de Meninos e da enseada de São Joaquim. A companhia, no entanto, enfrenta sérias dificuldades financeiras, vindo a ser posta sob intervenção federal em 1970.
O Porto de Salvador está localizado na Baia de Todos os Santos, que é uma das maiores do mundo e exibe o título de "Porto de maior movimentação de contêineres do Norte/Nordeste". Com uma grande movimentação de cargas, que cresce ano após ano, no mesmo ritmo cresce o desenvolvimento econômico implementado no Estado. O Porto de Salvador é de grande importância para o turismo e os principais atrativos do Porto de Salvador são as suas características naturais, as mais propícias em todo o Brasil para a atividade portuária. O porto conta com um movimento intenso de navios, porém ainda são poucos os que transportam passageiros, já que a maioria dos que aqui atraca é de carga. A cada ano cresce o número de navios de cruzeiros que acostam no porto de Salvador, criando uma competição com os navios de movimentação de carga.
Cais da Alfândega de Salvador em 1913
operações, em 1963, foi inaugurada a Estação Marítima Visconde de Cairu, sede da empresa, projetada pelo arquiteto Diógenes Rebouças. O prédio, localizado na Avenida da França, abrigava também o terminal de passageiros. Em 1968, o porto conclui importantes obras, com destaque para o quebra-mar norte, complementando os enroscamentos e aterros de Águas de Meninos e da enseada de São Joaquim. A companhia, no entanto, enfrenta sérias dificuldades financeiras, vindo a ser posta sob intervenção federal em 1970.
Alunos Pesquisadores: Acácio, Aryadilla, Cristiane, Fabrício, Renato, Vivaldina.
Professora Orientadora: Nadya Argolo
Disciplina: Trabalho Interdisciplinar Dirigido [TID]
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