Porto é Cultura (CODEBA)
Porto é Cultura (CODEBA)
O porto de Salvador é um elemento e facilitador de comunicação entre Salvador e o exterior, em todos os momentos sejam eles o da Colônia, Império ou da República, permanece sendo o porto de destaque no conjunto dos complexos portuários brasileiro. Ao passar do tempo testemunhou acontecimentos locais e mundiais. Mas, o Porto é um meio de comunicação entre as culturas. E também é cenário da criação de uma nova maneira de cultuar sua crença e ao mesmo tempo modo de diversão: os Filhos de Gandhy. Sem deixar de citar a crença em um santo padroeiro dos portuários: o São Nicodemus.
Estivadores dos portos da Cidade do Salvador da Bahia de Todos os Santos... Filhos de Gandhi... História riquíssima esta da fonte do porto da cidade do Salvador – do Porto da Bahia – Desde os dias da Colônia e do Império, quantos brigues, escunas e sumacas de todas as bandeiras estavam aqui carregando e descarregando a braço de escravo. Gente que viu barcos vindos do Báltico buscar açúcar, vindos da Índia carregados de pimenta ou de mares do sul pejados de óleo de baleia. Gente que chegou aqui, ela mesma, ao porão daqueles mesmos barcos que recarregavam de fumo e de cachaça para serem trocados por novos escravos. (FÉLIX, 1987, p.04)
Em 1948 os estivadores eram tidos como privilegiados, dadas às condições econômicas da época que lhes favorecia e ao fato de não terem patrões. O trabalho era fiscalizado pelo próprio sindicato dos estivadores, o que lhes conferia um certo status. Data desse ano a fundação do bloco "Comendo Coentro", composto de um caminhão em que se instalaram vários instrumentos musicais, seguido dos estivadores, trajados finamente com o que de mais elegante existia: roupas de linho importado, chapéus "Panamá" e sapatos "Scamatchia". A festa era regada a muita comida e bebida e os estivadores chegavam a alugar barracas para a farra carnavalesca.
Em 1949 com a política de arrocho salarial, numa verdadeira economia de pós-guerra, o Governo Federal interviu nos sindicatos, inclusive no sindicato dos estivadores, o que fez decair a renda dos sindicalizados. O "Comendo Coentro" não pode sair às ruas devido à crise financeira que se abateu sobre os estivadores e porque eles não queriam desfilar em condições inferiores as do ano anterior.
A idéia original de botar um “careta” na rua, partiu de Durval Marques da Silva, o "Vavá Madeira", tido como o maior dos festeiros da turma. A sugestão foi atacada por os demais estivadores: Antônio de Emiliano, Aloísio Gomes dos Santos (Gaiolão), Fidelis Manoel dos Anjos (Panguara), Edgar Antônio Querino (São Cosme), Almir Passos Fialho (Mica), Homero Rodrigues de Araújo, Hilário José de Santana (Bigode de Arraia), Geraldo Ferreira da Costa (Tristeza), entre outros.Como o dinheiro era pouco pela escassez de navios no porto, os estivadores fizeram uma “vaquinha” para a compra de barris de mate, lençóis e couro para fazer os turbantes. O cordão estava formado, faltando apenas o nome que levaria. Coube novamente a Durval Marques da Silva, “Vavá Madeira”. A iniciativa de encontrar o nome. Após uma breve explicação sobre Mahatma Gandhi, ficou decidido que ali nascia o “Filhos de Gandhi”. (FÉLIX, 1987, p.05)
A idéia original de botar um “careta” na rua, partiu de Durval Marques da Silva, o "Vavá Madeira", tido como o maior dos festeiros da turma. A sugestão foi atacada por os demais estivadores: Antônio de Emiliano, Aloísio Gomes dos Santos (Gaiolão), Fidelis Manoel dos Anjos (Panguara), Edgar Antônio Querino (São Cosme), Almir Passos Fialho (Mica), Homero Rodrigues de Araújo, Hilário José de Santana (Bigode de Arraia), Geraldo Ferreira da Costa (Tristeza), entre outros.Como o dinheiro era pouco pela escassez de navios no porto, os estivadores fizeram uma “vaquinha” para a compra de barris de mate, lençóis e couro para fazer os turbantes. O cordão estava formado, faltando apenas o nome que levaria. Coube novamente a Durval Marques da Silva, “Vavá Madeira”. A iniciativa de encontrar o nome. Após uma breve explicação sobre Mahatma Gandhi, ficou decidido que ali nascia o “Filhos de Gandhi”. (FÉLIX, 1987, p.05)
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São Nicodemus
HISTÓRIA
Padroeiro dos trabalhadores do Porto de Salvador, São Nicodemus, quem em grego significa "Vitória do Povo" e "aquele que vence as pessoas".
"Nicodemus era um membro do sinédrio, Tribunal dos Judeus, e amigo de José de Arimatéia. Principal fariseu, muito respeitado e honrado pelo povo judeu, Nicodemos era um homem letrado no que diz a respeito à lei de Moisés e nos ensinos farisáicos". (falandonalata.wordpress.com)
ORIGEM DA VENERAÇÃO
São muitas as versões que tentam explicar a origem da veneração da comunidade portuária. Uma delas é que, por volta de 1940, uma mulher chamada Cotinha, trabalhadora do Cais do Carvão, colocava o produto no balaio quando encontrou a imagem de São Nicodemus. No livro São Nicodemus, da historiadora Rita de Cássia S. de Carvalho Rosado, um depoimento do professor e historiador Antônio Monteiro fornece outra versão. Segundo o relato, entre 1942 e 1943, homens humildes brincavam no Cais do Carvão com um bolo de barro e construíam figuras, quando “batizaram” uma delas com o nome de Nicodemus. Procuraram no Taboão um santeiro chamado Vicente que confeccionou a imagem do santo.
FESTEJOS: Segundo dados encontrados na Biblioteca da CODEBA é realizada a festa de São Nicodemus. Com uma tradicional procissão que percorre todo o Cais do Porto de Salvador, com acompanhamento de numerosos fieis, além da rústica de 3500 metros e o Torneio de Futebol de Salão. Com encerramento das comemorações com um caruru, oferecido ao meio-dia acompanhado por um "sambão", assim denominado pelos próprios portuários, seguido de apresentações folclórica do grupo "Afoxé". Entrega de medalhas aos vencedores na corrida e troféu a equipe campeã de Futebol de Salão. (Livro Informativo CODEBA, nov/1981-dez/1982)
(Equipe TID: Adrielle , Emanuelle , Emerson , Fernanda, Louane, Michele e Nailton)
1 Comentário:
Muito interessante. Não conhecia esta história e assim me interei sobre o assunto. MUITO BOM!
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